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Academia “chora” Iraê Lundin. Uma perda para investigação e diplomacia

“A qualidade dos graduados do ISRI resulta da grande contribuição que ela deu para formação de quadros”. É desta forma que Patrício José descreve o legado deixado pela académica Iraê Lundin para a investigação científica em Moçambique.

O antigo reitor do Instituto Superior de Relações Internacional e actual vice-ministro da Defesa Nacional trabalhou com a académica Iraê Lundin desde os princípios da década de 90 e fala de um grande contributo dado pela investigadora para o ensino superior e para o Estado moçambicano. “Perdemos uma pesquisadora que tinha opiniões próprias e análises muito profundas”, declara, lamentando a sua morte.

Desde os princípios da década de 90, Lundin lecionava a cadeira de Metodologias de Investigação Científica no ISRI. Um dos seus estudantes daqueles tempos foi Emílio Zeca, hoje também docente daquele instituto. “Quando eu entrei no Centro de Estudos Estratégicos Internacionais, ela esteve no grupo que me recebeu e acompanhou todos os meus passos na área da pesquisa e investigação”.

A professora doutora perdeu a vida segunda-feira no Instituto de Coração, em Maputo, vítima de doença. Formada em Antropologia e Geografia Política, Lundin nasceu no Brasil e aos 16 anos foi detida pelo Regime Militar por fazer parte de movimentos cívicos pro-socialistas. Foi-se exilar na Suécia e depois veio a Moçambique nos anos 80, como docente da UEM, tendo depois passado para o ISRI.

O funeral da investigadora e activista social está marcado para sexta-feira no cemitério do Lhanguene, cidade de Maputo e será antecedido pelo velório, cujo local ainda se está por anunciar.

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