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Abandono de Nelson Santos mostra descalabro do ano mau do Ferroviário de Maputo

Nelson Santos apresentou (pelo menos à comunicação social) a sua demissão do cargo do treinador do Ferroviário de Maputo, no final da época, quando ainda tem mais um ano de contrato. Na essência não apresentou os motivos, mas para quem perde o título desta forma, tudo justifica

Fim da linha para Nelson Santos! Uma época conturbada e recheada de falhanços, que não deixaram o técnico luso com bons sonhos, apenas pesadelos, dos quais quer agora se livrar.

Com mais um ano de contrato por cumprir, Nelson Santos atira a toalha ao chão e abandona o projecto. Não aguentou com os fracassos e dá um fim ao casamento a meio da caminhada do contrato.

Para o técnico, fica um projecto falhado, que iniciou com o afastamento da Taça de Moçambique ainda na fase da cidade, aos pés do Maxaquene, num jogo que perdeu, em casa, por 3-1, o que fez com que tivesse que se concentrar apenas numa prova, o Moçambola. Nessa altura fez muitas mexidas no plantel, dispensando cerca de seis jogadores e contratando apenas um, no mercado de transferência, com a justificação de contar apenas com os que estão comprometidos com a causa do título. E ainda chegou a liderar por largo tempo a prova, com alguma margem pontual em relação aos seus adversários, mas os jogadores “cansaram” cedo demais e começaram a ceder, perdendo pontos que permitiram aproximação e até “assalto” da União Desportiva de Songo à liderança do campeonato, já na 22ª jornada. Curiosamente quando perde com os “hidroeléctricos”, em Songo, por duas bolas sem resposta.

Nelson Santos atira a toalha ao chão mesmo “ainda” convicto de que pode conquistar o título. Faltam duas jornadas para o fim, tem desvantagem de três pontos em relação ao líder e uma outra desvantagem do confronto directo, com a União Desportiva de Songo.

Vale isto dizer que em caso de terminarem empatadas na tabela classificativa (se a UD Songo perder um ponto e vencer outro e o Ferroviário de Maputo vencer os dois jogos), a equipa de Songo revalida o título e deixa a equipa “locomotiva” a “descarrilar na estação”, tal como está a acontecer agora. E só mesmo um milagre pode salvar a “locomotiva” deste descarrilamento, porque o descalabro já aconteceu.

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