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Vinte e quatro malawianos ilegais neutralizados em Inhambane

É, na verdade, a sétima operação, este ano, que culmina com a neutralização de imigrantes ilegais.

Desta vez, foram 24 pessoas, todas de nacionalidade malawiana que estavam numa viatura com matrícula daquele país, dedicada ao transporte de passageiros. Todas contam que, no seu país de origem, a vida está difícil e pretendiam chegar à terra do Rand em busca de melhores condições.

Para entrar no território moçambicano, umas pularam a fronteira, enquanto outras cruzaram o posto fronteiriço de Zobwe em Tete, com ajuda de terceiros.

Segundo um dos ilegais, ouvido pelo jornal “O País”, eles pularam a cerca da fronteira com ajuda de pessoas naquele distrito, cujo trabalho é fazer atravessar pessoas que são levadas de motocicletas até a um povoado próximo. A nossa fonte disse acreditar que as pessoas, que os fizeram atravessar a fronteira, sejam de nacionalidade moçambicana.

Outro imigrante ilegal, ouvido pelo nosso jornal, revelou que viajava para África do Sul, mas, na fronteira, pediram-lhe muito dinheiro para entrar e, como alternativa, pediu ajuda a alguém que facilitou a sua passagem sem o registo do movimento migratório no passaporte e com um preço mais acessível, sem, no entanto, revelar o valor cobrado.

Cruzaram a fronteira ilegalmente, mas ainda tinham mais de mil quilómetros por fazer até ao destino final. Para driblar as autoridades, misturaram-se num autocarro com outras pessoas que estavam legalmente no país.

Segundo Rosangela Vilanculos, da Direcção Provincial de Migração em Inhambane, no carro, havia um total de 76 pessoas, todas de nacionalidade malawiana. Quando chegaram ao Posto de Fiscalização do Save em Govuro, a brigada da Migração tratou de verificar os documentos de cada um deles e, nessa triagem, foram encontrados 24 sem o registo do movimento migratório no passaporte. Aliás, entre eles, havia duas pessoas que sequer tinham passaportes.

Não havendo outra saída, os ilegais foram levados à Direcção Provincial de Migração de Inhambane para esclarecerem os contornos da sua entrada no país e, depois, serão repatriados, usando a mesma viatura que se faziam transportar.

Esta neutralização acontece numa altura em que o Ministério Público, em Inhambane, na voz do respectivo procurador-chefe provincial, tem manifestado a sua preocupação em relação à migração ilegal e ao tráfico de pessoas. É que, pelas suas características, a província de Inhambane é, muitas vezes, usada como rota ou fonte, quer de tráfico de pessoas, quer de migração ilegal.

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