O pão de cada dia ficou dois meticais mais caro na província de Gaza, desde há duas semanas. O pão de 80 gramas, que antes custava 7 meticais, passou a custar 9, enquanto o de 130 gramas subiu de 10 para 12 meticais. A medida está a gerar indignação entre os consumidores, que exigem uma imediata redução dos preços e questionam a qualidade e o peso do pão actualmente produzido.
“Porque o pão já subiu, está muito difícil agora a vida. O pão pequeno já está a 9 meticais e o pão grande a 12 ou 14 meticais. Tudo está muito difícil”, lamentou um cidadão.
Com as recentes alterações na tabela de preços, Atália João, que vive com mais nove pessoas, afirma que as despesas com pão tornaram-se insustentáveis. Antes da subida, gastava cerca de 90 meticais por dia, o que totalizava 2.700 meticais por mês. Com o novo preço, as despesas mensais subiram para 3.600 meticais, obrigando a reduzir a compra diária de 9 para apenas 4 pães.
“Não está fácil, não estamos a aguentar. As crianças até acabam chorando (…) e para voltar a comer mandioca é uma briga terrível”, frisou.
João Mondlane, de 25 anos, é estudante universitário e vende pão para ajudar nas despesas da família. Conta que, desde a subida do preço, os clientes desapareceram. “Teve um impacto muito negativo, reduziu de forma drástica mesmo. Antes da subida, requisitávamos cerca de 150 pães por dia. Mas agora, só requisitamos entre 50 a 60 pães”, disse.
As três principais padarias da cidade de Xai-Xai, sem gravar entrevista, explicaram ao jornal O País que o aumento do preço do pão foi inevitável, devido à subida dos custos operacionais, como os preços da farinha de trigo, vitaminas, água e energia. Segundo explicaram, o saco de 50 quilos de trigo, que antes custava 2.300 meticais, passou a custar 2.750 meticais.
Entretanto, os consumidores mostram-se insatisfeitos com a qualidade e o peso do pão produzido nos últimos tempos, e exigem uma fiscalização rigorosa e uma revisão dos preços em vigor. “Não é normal agora dizerem que é 12 meticais, enquanto é a mesma medida. Se reduzirem para 11 meticais seria muito bom”, apelou um consumidor.
A Direção Provincial da Indústria e Comércio, bem como a Associação dos Panificadores de Gaza, recusaram-se a prestar declarações sobre o assunto. Refira-se que a última revisão do preço do pão em Gaza ocorreu há três anos.
A Polícia da República de Moçambique (PRM), na província de Maputo, deteve dois indivíduos de 17 e 18 anos de idade, respectivamente, acusados de fazerem parte do grupo que vandalizou oito viaturas na estrada circular, no último fim-de -semana, nas proximidades da terceira rotunda.
Foi um crime que chocou os automobilistas e moradores ao longo da “circular” de Maputo, que no último sábado foram surpreendidos com a acção dos malfeitores.
Após os acontecimentos, a PRM desencadeou um trabalho de investigação, que culminou com a detenção de dois indivíduos. Os jovens confessam o crime e culpam o álcool pela vandalização e contam que o acto ocorreu quando eles voltavam de um convívio.
O porta-voz da PRM na província de Maputo, Cláudio Ngulele, explicou que o grupo responsável pela vandalização era composto por seis pessoas, que antes de cometerem o crime posicionaram no local para fazer cobranças ilícitas aos automobilistas que passam por estrada circular de Maputo, concretamente na zona da terceira rotunda.
Para a polícia, a falta de iluminação é um aspecto que propicia a ocorrência de crimes, e chama atenção aos gestores da via.
“Queremos apelar aos gestores para que com muita celeridade coloquem a iluminação nesta via, de modo a garantir maior segurança, não só dos automobilistas, assim como de todas as pessoas que circulam no período nocturno”, alerta.
Governo projecta crescimento abaixo do potencial e alerta para riscos fiscais agravados por choques políticos, económicos e climáticos. Moçambique caminha para 2025 com um cenário económico frágil e finanças públicas sob forte pressão, resultado da confluência de choques registados em 2024 e da persistência de riscos estruturais. De acordo com o Plano Económico e Social e Orçamento do Estado (PESOE) 2025, o país enfrenta uma combinação de desafios que ameaçam a estabilidade fiscal, o crescimento económico e a capacidade de resposta do Estado.
O último trimestre de 2024 foi particularmente adverso. A tensão pós-eleitoral e o impacto do ciclone Chido provocaram perturbações significativas na economia nacional. O Governo estima que esses eventos tenham resultado em perdas acumuladas de receita equivalentes a 2,4% do Produto Interno Bruto (PIB), com consequências que se deverão prolongar ao longo de 2025.
Num cenário conservador, o Executivo antecipa um crescimento económico de apenas 2,5% em 2025, abaixo dos 2,9% do cenário de base. Esta desaceleração traduz-se numa previsão de queda na arrecadação de receitas fiscais em cerca de 9,4 mil milhões de meticais, o que representa 0,6% do PIB.
Mercê deste contexto, a massa salarial continuará a exercer uma pressão significativa sobre o orçamento do Estado. Apesar da previsão de uma redução do peso de 14,5% do PIB em 2024 para 13,3% em 2025, o Governo reconhece que essa redução decorre, essencialmente, da regularização de despesas nos sectores da saúde, educação e áreas especiais, e não de reformas estruturais profundas.
A dívida pública é outro ponto de preocupação. O rácio deverá subir para 80,5% do PIB, sendo que cerca de 65% do serviço da dívida está concentrado na dívida interna. Setembro será um mês crítico, com o serviço da dívida a atingir um pico de 26,9 mil milhões de meticais.
De acordo com o documento, “o Sector Empresarial do Estado, que inclui empresas como as Linhas Aéreas de Moçambique (LAM) e Aeroportos de Moçambique (ADM), permanece numa situação financeira delicada”. As obrigações não cumpridas por estas entidades representam uma exposição fiscal estimada em 1,2% do PIB, agravando os riscos associados aos passivos contingentes do Estado.
A AMEAÇA CLIMÁTICA E A ECONOMIA VULNERÁVEL
Além dos desafios económicos e fiscais, o PESOE 2025 aponta para uma crescente ameaça climática. Este cenário pode reduzir o crescimento real do PIB em até 2,7 pontos percentuais, aprofundando as vulnerabilidades da economia nacional.
Entretanto, para fazer face ao panorama adverso, o Executivo propõe um conjunto de medidas de mitigação, com destaque para a diversificação e alargamento da base tributária, incluindo a revisão dos regimes de isenções fiscais; o reforço da fiscalização da folha salarial e aceleração dos processos de aposentação; a priorização de donativos e créditos concessionais para aliviar o peso da dívida pública; a reestruturação de empresas estatais com fraco desempenho e a limitação da emissão de garantias estatais e o fortalecimento de mecanismos de protecção contra desastres, como seguros paramétricos e códigos de construção resilientes.
Apesar dos desafios, o Governo afirma estar empenhado em manter a estabilidade macroeconómica, melhorar a gestão da dívida e criar condições para uma retoma sustentável. No entanto tal não teve efeitos no primeiro trimestre do presente ano, onde o desempenho económico retraiu em 3,92 por cento.
“AS TENDÊNCIAS NÃO DEVEM SER MOTIVO DE ALARME, MAS SIM DE MELHOR POSICIONAMENTO”, DIZEM ECONOMISTAS
Em reacção às tendências e variações apontadas no documento-guia do Governo sobre o desempenho económico e financeiro para o período de 2025, os economistas Moisés Nhanombe e Pedro Langa afirmam que estas não devem ser encaradas com preocupação ou alarme, mas sim como elementos que orientam a definição de prioridades e estratégias para o fortalecimento da economia.
Entretanto, os economistas afirmam que os indicadores do primeiro trimestre do presente ano demonstram realmente a assombração provocada pelos eventos políticos, sociais e climáticos no fecho de 2024. Para estes, o mau desempenho da actividade económica nos primeiros três meses de 2025 revela uma queda em 3,92 por cento.
Falando ao longo do programa O País Económico exibido na noite desta quinta-feira na STV Notícias, Moisés Nhanombe disse que a necessidade do Estado de recorrer ao financiamento externo para colmatar défices financeiros podem incorrer em algumas situações que venham a minar a soberania económica do país.
MOISÉS NHANOMBE – ECONOMISTA
A economia moçambicana continua excessivamente dependente de sectores específicos de produção e exportação, o que limita a sua capacidade de crescimento e a torna vulnerável a choques externos. É necessário que o Estado adopte políticas fiscais claras e eficazes para promover o investimento e diversificar a economia, criando condições para o surgimento de novos sectores produtivos e reduzindo a dependência de importações, sobretudo de bens de primeira necessidade.
Apesar de a Constituição reconhecer a agricultura como base do desenvolvimento nacional, grande parte dos produtos alimentares consumidos no país são importados, o que contradiz esse princípio e demonstra a necessidade de uma política agrícola mais robusta. A diversificação produtiva não só aumentaria a oferta interna como também geraria emprego e ajudaria a melhorar os indicadores sociais.
No plano da gestão de empresas públicas, questiona-se a eficácia de transferir ações de uma empresa pública deficitária para outra, uma vez que ambas partilham o mesmo cofre estatal. A experiência técnica limitada de algumas dessas empresas também levanta dúvidas quanto à viabilidade dessa estratégia.
Outro ponto crítico diz respeito à forma como os contratos com megaprojectos são negociados e ratificados. É fundamental garantir que tais acordos sejam equilibrados, assegurando ganhos tanto para os investidores como para o Estado e a sociedade. O modelo ideal é o de ganha-ganha, onde os recursos arrecadados sejam suficientes para financiar despesas públicas e aliviar a dívida do país.
Embora os projectos de exploração de gás e minérios sejam importantes fontes de receita, o Estado não deve depender exclusivamente deles, pois isso pode ofuscar investimentos em outros setores igualmente vitais. É necessário avaliar toda a cadeia de valor da extração de recursos naturais desde a produção até à comercialização e assegurar que Moçambique obtenha benefícios reais em termos de emprego, receitas fiscais e desenvolvimento económico sustentável
PEDRO LANGA – ECONOMISTA
O encerramento de empresas e operações económicas em Moçambique agravou o desemprego e reduziu significativamente as receitas do Estado, sobretudo através de impostos diretos como o IRPS e contribuições à Segurança Social. O último trimestre de 2024 foi economicamente desfavorável, o que comprometeu o desempenho fiscal do país.
Diante da falta de apoio financeiro externo, o Estado continua a recorrer ao sistema bancário nacional para financiar as suas necessidades, o que cria concorrência com o setor privado pelo crédito disponível. Esta dinâmica acaba por estimular o consumo e não a produção, com os cidadãos a recorrerem a empréstimos essencialmente para despesas pessoais, como compra de viaturas, reparação ou construção de moradias.
Apesar dos indicadores estatísticos aparentarem crescimento, é necessário analisar a realidade vivida pelos cidadãos e os preços praticados nos mercados. A informalidade da economia moçambicana limita o impacto de medidas como a redução do IVA, uma vez que grande parte das transações não são tributadas. Isso também contribui para um défice fiscal persistente.
O Governo deve incentivar a formalização da economia para melhorar a arrecadação fiscal e estabilizar os preços. Medidas do Banco de Moçambique, como a manutenção de taxas de juro elevadas, não têm sido eficazes, especialmente num contexto de baixo poder de compra. A redução das taxas pode ajudar a estimular a economia.
A falta de produção interna e a dificuldade de importar insumos resultam em escassez e aumento dos preços. Para enfrentar esses desafios, é essencial renegociar a dívida pública, permitindo a amortização gradual e a priorização do pagamento a fornecedores, o que poderá reativar cadeias de valor, como o sector da construção civil.
Com a retoma de projectos ligados ao gás natural (como os da ENI), prevê-se um crescimento do PIB que poderá melhorar a gestão da dívida pública. A dívida externa apresenta melhores condições (como taxas de juro mais baixas e maior período de carência), o que torna a sua contratação mais vantajosa do que a dívida interna, cujo custo é elevado.
Por fim, o Governo deve canalizar parte das receitas da exploração de hidrocarbonetos para reforçar os serviços públicos, sobretudo nos sectores da saúde, educação e segurança. A actual escassez de recursos nestas áreas exige uma resposta urgente, pois o défice fiscal deverá manter-se até, pelo menos, 2027.
Um grupo de profissionais de media de África, Ásia, América Latina e do Oriente Médio participa numa viagem imersiva a Xinjiang, na China. A iniciativa designada “China Up Close” ou “China de perto”, em português, promete revelar de perto as transformações de uma das regiões mais emblemáticas do país.
Com música, cores, aromas e sabores, a cidade de Xinjiang recebeu jornalistas de quatro cantos do mundo para mais uma edição do “China Close Up”. O evento é basicamente uma viagem de campo, que permite uma visão profunda da riqueza cultural e histórica da cidade maioritariamente muçulmana, que fica a quatro horas de voo da capital chinesa, Pequim.
A viagem imersiva começou, de facto, no sábado. O grupo selecto de profissionais teve, neste dia, um encontro, diga-se, com a música tradicional chinesa, com os aromas e sabores da região, ao visitar o Grande Bazar de Xinjiang, o maior mercado da cidade, onde também habita o maior edifício da região. O mercado oferece aos mais de um milhão de visitantes anuais um pouco de tudo, desde vestuário até gastronomia, artesanato, entre outros.
No domingo, antes de o sol nascer em Moçambique, que tem uma diferença de 6 horas com a China, o grupo já estava em mais uma actividade do itinerário, que no total compreende a visita a cinco cidades chinesas.
De 15 a 22 de Junho, ou seja, durante sete dias, os jornalistas serão guiados pelos ventos da história. O roteiro não é só uma viagem, é uma travessia por séculos de cultura viva, em que o passado e o presente se encontram.
De Turpan a Hami, o grupo conhece aldeias tradicionais que ainda respiram os seus costumes, visita hospitais e centros religiosos que misturam fé e ciência e museus que guardam memórias milenares, como as Cavernas dos Mil Buda.
Para os participantes, a imersão, que junta jornalistas de televisão, rádio, imprensa escrita e media sociais, serve ainda para trocar experiências sobre as características, desafios e oportunidades das suas profissões em seus respectivos países.
Cerca de 60 crianças estão em tratamento da anemia falciforme, no Hospital Central de Maputo, uma doença hereditária. O sistema de saúde não tem dados nacionais, mas garante esforços para controle dos pacientes. A anemia falciforme é recordada todos os anos no dia 19 de Junho. Na capital do país, a data foi celebrada com debates, palestras e sensibilização para mais e melhores cuidados aos pacientes com esta doença.
A Anemia falciforme é uma doença que passa dos pais para os filhos e é caracterizada pela alteração dos glóbulos vermelhos do sangue, que têm sua membrana alterada e rompem-se mais facilmente, causando anemia. É uma doença que se manifestar de forma diferente, e Faizana Amodo apresenta alguns dos sintomas da doença: “a criança se sente pálida e fica com menos quantidade de célula vermelha, uma célula que tem a função de oferecer oxigênio aos tecidos, sendo que por ter pouco oxigênio, a criança fica com isquemia, desenvolve dores, dores articulares, que é uma das manifestações mais comuns da anemia falciforme. A criança fica com os olhos muitas vezes amarelados, pode ter infecções de repetição e muitas outras complicações que são derivadas da anemia falciforme”.
Moçambique não tem dados sobre a doença que ataca muito crianças das regiões centro e norte do país, segundo confirmou Faizana Amodo, especialista em Hemato Oncologia Pediátrica. “Na verdade, nós não temos dados do país. Existem algumas iniciativas de tentar fazer a medição da anemia falciforme em diferentes partes do país, porque segundo literaturas internacionais, a maior parte das pessoas com anemia falciforme vivem na África Subsaariana”, disse.
O que se tem feito no país, de acordo com a especialista em Hemato Oncologia Pediátrica, é o diagnóstico de uma forma geral, “mas precisamos de fazer o diagnóstico mais específico para definirmos as intervenções específicas para estas crianças e o diagnóstico mais específico, que é o padrão ouro, é feito apenas no Hospital Central de Maputo”, onde neste momento cerca de 60 crianças estão em tratamento.
Crianças com anemia falciforme e famílias dos doentes dizem não ser fácil viver com a doença, que exige muitos cuidados.
Maira Rafael, de 18 anos de idade, vive com a doença desde a nascença e diz ser um martírio não poder realizar muitas das actividades que gostaria de fazer, muitas vezes porque a doença é mais forte do que ela.
“Conviver com a anemia falciforme é viver com uma espécie de sombra, às vezes silenciosa, às vezes esmagadora, é acordar sem saber se o corpo vai colaborar hoje, é planejar uma semana e cancelar tudo no meio, porque uma crise apareceu sem aviso”, revela a doente.
Maira aproveitou a oportunidade para contar como tem agido a doença no seu organismo. “Tive momentos em que a dor me imobilizou, outros em que eu só queria que me vissem além do sorriso forçado, da presença educada em sala de aula ou do corpo que estava ali, mas exausto por dentro. Já me senti culpada por precisar descansar, já me culpei por não conseguir acompanhar, por não ter energia e por faltar às aulas, como se tudo fosse culpa minha, mas não é”, conta.
Por seu turno, a mãe de um dos doentes da anemia Falciforme, conta que muitas vezes teve que passar mais tempo no hospital do que em sua casa.
“Ele fez um turbilhão de exames médicos e no final de tudo, em Agosto de 2014, ele teve o diagnóstico. E desde essa altura, temos feito seguimento com a Dra. Faizana. E o nosso trajecto não foi fácil, foi muito difícil mesmo. Eu passei os primeiros cinco anos de vida do meu filho no hospital. Eu ficava internada de duas em duas semanas. Ficava muito pouco tempo em casa, mais tempo no hospital. Eu estudei, fiz a minha faculdade internada no hospital. Eu fazia o trajecto de faculdade, hospital, hospital a faculdade. A minha cama era a cama da pediatria”, revela.
O ministério da Saúde diz ser um momento triste quando de celebra esta data porque os principais intervenientes no processo, que tem responsabilidades de cuidado dos pacientes, muitas vezes não se tem lembrado dos doentes, que ficam esquecidos, “não do ponto de vista de falta de cuidados, mas porque pensamos que pode ser outra doença, quando são doenças mais graves”, segundo disse Luísa Panguene, Directora Nacional da Assistência Médica.
Para Luísa Panguene, o dia que se reflecte sobre a Anemia Falciforme é importante porque “nos recorda que devemos sempre nos lembrar destes doentes com problemas hematológicos”.
A Directora Nacional da Assistência Médica reconhece as fragilidades em gerir a doença, mas garante continuar a criar condições de assistência e tratamento aos mesmos.
“Devemos pensar na massificação para que possamos fazer o diagnóstico o mais rápido possível e na possibilidade de dispormos de insumos, como medicamentos e outros, para podermos controlar, porque há medicamentos que não temos no sistema de saúde e as famílias são as que sempre tem que se desdobrado para procurar essa medicação”, disse Luísa Panguene, acrescentando ainda que “como MISAU queremos deixar claro que estamos sempre comprometidos em garantir melhores condições para pacientes com este tipo de doenças e reforçar o compromisso de continuar a trabalhar e melhorar a assistência”.
As promessas e depoimentos foram dados durante a celebração do dia mundial da anemia falciforme que se comemora a 19 de Junho de cada ano.
Uma pessoa morreu supostamente por linchamento no bairro Inguide, na Katembe. Os moradores negam ter praticado o acto e dizem que o malogrado era um catador de sucatas.
O bairro de Inguide, na Katembe, acordou, nesta quinta-feira, no meio de gritos. Eram gritos de socorro, quando as pessoas se aproximaram ao local, cá estava um indivíduo estatelado e amarrado.
“Eu também não sei o que aconteceu. Eu estava na minha casa, quando apareceu uma senhora de lá, quase Mapongue, e disse que tinha um homem amarrado ao poste, que morreu. Saí, acordei o senhor em casa dele (um vizinho) e disse: Mano dizem que tem uma pessoa amarrada, que morreu”, disse uma testemunha, apelando que o acto não se perpetue no bairro.
Trindade Félix, morador do bairro Inguide, condenou o acto e disse estar preocupado com o acontecimento. “Na verdade, ninguém sabe o que realmente aconteceu, porque só nos vieram acordar quando eram sete horas e disseram que aqui na zona tem uma pessoa que foi amarrada e que está morta (…) Estamos com o coração fechado. Porque aconteceu este tipo de acto, enquanto nós temos autoridade para resolver”, questionou.
Não se sabe ao certo o que terá, mas suspeita-se que se trata de linchamento. O chefe do quarteirão acredita que o malogrado seja catador de sucatas.
“Quando houve isto, eu comuniquei a polícia, e estamos aqui para saber o que aconteceu. Ninguém da população sabe ou disse quem fez isso. Ainda não temos nada, mas estamos a ver, pela carinha dele, que era daqueles homens que compram ferros usados. Agora, o que aconteceu, estamos à espera da polícia dizer”, disse Alino Zibia, chefe do quarteirão.
O Presidente da República, Daniel Chapo, recebeu mensagens de felicitações endereçadas pelos homólogos da República de Cuba, Miguel Diaz-Canel Bermudez, e, do Malawi, Lazarus Chakwera, alusivas ao 50º aniversário da Independência Nacional da República de Moçambique.
Na mensagem, o Presidente de Cuba, Miguel Diaz-Canel Bermudez, refere que por ocasião da comemoração do 50º aniversário da Independência da República de Moçambique, endereça cordiais felicitações em nome do povo e do Governo Cubano.
“Tenho a honra de reiterar a vontade de continuar a fortalecer as relações de amizade e de cooperação entre os nossos países”, lê se na mensagem do governante cubano.
Por seu turno, o Presidente Lazaruz Chakwera, do Malawi, realça que por ocasião da efeméride, o Governo e o povo da República do Malawi juntam-se para estender as felicitações e os melhores votos ao Presidente moçambicano, Daniel Chapo, o Governo e ao povo moçambicano.
“Ao celebrar os 50 anos do seu país ser uma República, é meu desejo que os laços de amizade e cooperação que felizmente existem entre nossos dois países sejam ainda mais fortalecidos para o benefício mútuo de nossos dois povos. A nossa cooperação, conforme consagrado no quadro da Comissão Conjunta Permanente de Cooperação, é uma ferramenta perfeita para consolidar os laços fraternos”, sublinhou o Governante malawiano, desejando melhores votos de saúde e felicidade pessoal, paz e prosperidade contínuas para o povo amigável de Moçambique.
O Governo espera espera reconstruir, nos próximos doze meses, um mínimo de duas mil casas, e gerar perto de três mil empregos e oportunidades de negócio aos empreendedores dos municípios de Nampula, Nacala, Pemba e Montepuez, no âmbito do “Melhoria Habitacional”, com a implementação do Projecto de Desenvolvimento Urbano do Norte de Moçambique (PDUNM).
Cada um dos quatro municípios beneficiará de reconstrução de um mínimo de 500 casas em bairros previamente seleccionados. Para a reconstrução das casas, o projecto não contratará os empreiteiros tradicionais, mas recrutará nas próprias comunidades beneficiários pedreiros, carpinteiros, ferreiros, serralheiros e ajudantes, os quais serão inicialmente treinados. Ao todo, serão contratados cerca de oito mil jovens nos quatro municípios.
A estes juntar-se-ão cerca de 560 jovens que serão contratados para serem inquiridores do censo sócio-demográfico nos quatro municípios.
Os benefícios abarcam também os produtores e fornecedores locais de materiais de construção, que também serão seleccionados e treinados para se ajustarem aos padrões pretendidos no projecto.
O principal critério de selecção dos dois mil beneficiários é a vulnerabilidade sócio-económica, segundo critérios das instituições do Estado moçambicano, designadamente, em termos cumulativos, pobreza multidimensional, famílias vulneráveis segundo os padrões do INAS, deslocados internos e casas muito degradadas.
Para apurar os beneficiários, será realizado um inquérito sócio-demográfico em cada bairro de implementação do projecto e constituídos comités de selecção, que terão a última palavra na escolha dos beneficiários. Este comité será constituído por representantes do Fundo de Fomento à Habitação (FFH), implementador do projecto; de cada município, do Instituto Nacional de Acção Social (INAS), do Instituto Nacional de Gestão de Desastres (INGD), secretários dos bairros e dois representantes das comunidades beneficiárias.
Além da reconstrução de casas, o PDUNM contribuirá na elaboração de projectos de urbanização e na regularização da titularidade das casas.
O PDUNM é um projecto do Governo de Moçambique, implementado pelo Fundo de Fomento à Habitação e financiado pelo Banco Mundial em 140 milhões de dólares.
A poetisa, escritora e activista social moçambicana Énia Lipanga é a representante de Moçambique na Conferência Internacional sobre Indústrias Culturais e Criativas Inclusivas, nas Ilhas Maurícias. O encontro vai reunir representantes de indústrias culturais e criativas para promover a igualdade de género e prevenir as violências no sector cultural e artístico.
A conferência, organizada pela Comissão do Oceano Índico com o apoio da Agência Francesa de Desenvolvimento, reúne representantes das Indústrias Culturais e Criativas de seis países da região: Comores, Madagáscar, Maurícias, Moçambique, Reunião e Seicheles.
Énia Lipanga, conhecida pelo seu activismo social na defesa dos direitos humanos, inclusão da pessoa com deficiência e pelo uso da arte como ferramenta de transformação social, participa como oradora e convidada especial nas mesas redondas e actividades culturais do evento.
Durante a conferência, são discutidos temas-chave como: a compreensão aprofundada da violência sexual e de género nas ICC; a valorização de boas práticas e desconstrução de estereótipos; a criação de recomendações operacionais para ambientes culturais seguros e equitativos; a disseminação de ferramentas produzidas, como diagnósticos regionais e cursos online (MOOCs), junto aos profissionais, instituições e meios académicos.
Equipes técnicas de Ruanda e da República Democrática do Congo rubricaram um rascunho de acordo de paz que deve ser assinado na próxima semana, visando o fim dos conflitos no leste do Congo. Segundo a Reuters, o anúncio foi feito pelos dois países e pelos Estados Unidos, esta quarta-feira.
O acordo provisório foi alcançado após três dias de negociações e, segundo a Reuters, aborda a integridade territorial e a proibição de hostilidades, além do desligamento, desarmamento e integração condicional de grupos armados não estatais.
O acordo também inclui disposições sobre o estabelecimento de um mecanismo de segurança conjunto que incorpora uma proposta discutida pelas partes no ano passado sob mediação angolana.
A assinatura ministerial do acordo está marcada para 27 de Junho.
Especialistas ruandeses e congoleses chegaram a um acordo duas vezes no ano passado, sob mediação de Angola, sobre a retirada das tropas ruandesas e operações conjuntas contra o grupo rebelde hutu ruandês FDLR, mas os ministros de ambos países não endossaram o acordo.
Angola renunciou em Março à sua posição de mediadora entre as partes envolvidas na crescente ofensiva rebelde apoiada por Ruanda no leste do Congo.
Os combates no leste do Congo intensificaram-se neste ano, quando os rebeldes do M23 realizaram um avanço que os levou a tomar as duas maiores cidades da região.
O Congo diz que Ruanda está a apoiar o M23 através do envio de tropas e armas.
Ruanda nega há muito tempo ajudar o M23, e diz que as suas forças estão a agir em legítima defesa contra o exército do Congo e milicianos da etnia hutu ligados ao genocídio de Ruanda em 1994, que matou cerca de um milhão de pessoas, a maioria tutsis.
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